Avaliar o trabalho desenvolvido no primeiro semestre do ano é muito mais que responder perguntas, é acima de tudo ter munição para olhar para frente e para trás e seguir sabendo estabelecer prioridades, encontrar os caminhos da continuidade, sem perder os princípios estabelecidos no início do ano.
É no dia a dia, nos fazeres de cada um que o Projeto de cada instituição vai saindo da intenção e se tornando realidade. Nesse sentido, a ação existe quando sai do patamar de plano, alcançando a realidade e transformando os fazeres cotidianos que favorecem o desenvolvimento infantil.
Para que o trabalho pedagógico avance de modo criativo e autônomo é imprescindível destinar tempo para planejar e replanejar quando necessário for ou minimamente nas paradas obrigatórias previstas em calendário escolar. A atuação de cada profissional determina a qualidade de atuação do conjunto dos profissionais de um determinado local, ou seja, organizar o trabalho pedagógico nas suas várias facetas implica acontecer de forma individual mas também em grupo.
O avanço do processo educativo exige novos olhares, renovação e ou resgate de rotas. E acreditem, os indicadores de qualidade são uma boa rota a ser seguida e por isso precisam estar claros e acessíveis a todos profissionais e familiares, e entendidos como possíveis em cada realidade. Esse é o primeiro passo para não se tornarem um apêndice e sim uma rota.
O intervalo entre um semestre e o outro, além do convite ao descanso também convida os profissionais a olhar para o que já vinha sendo feito considerando o processo de aprendizagens infantis, mas também as aprendizagens dos adultos.
O Coletivo Cais propõe 3 eixos para avançar na discussão sobre planejamento e replanejamento:
Hora de replanejar!
No planejamento de início de ano houve o levantamento e escolhas de: como acolher os bebês, as crianças e os familiares; propostas de acordo com as faixas etárias; roteiro de boas leituras; critérios para o desenvolvimento de projetos a longo, médio e curto prazo; atividades permanentes e periodicidade; organização do espaços e materiais; estratégias para uso do tempo; brincadeiras e interações como premissa do trabalho docente; indicadores de qualidade para nortear a ação pedagógica; formas de registro, sob sua responsabilidade, na busca de uma documentação orientativa e efetiva. | ||
Passado o primeiro semestre é hora de revisitar o planejamento inicial. Propomos 3 eixos para reflexão sobre o trabalho desenvolvido até agora. | ||
Indicadores de Qualidade | Aprendizagens Infantis/Docentes/Gestores | Documentação Pedagógica |
Quais indicadores foram priorizados e quais estão ficando de lado? Quais indicadores tenho mais dificuldade de inserir em meu trabalho e precisarei de apoio? Como e por quem se dará o acompanhamento dos desdobramentos necessários para que o uso de indicadores seja uma realidade na instituição? | O que consegui dar conta, o que suprimi e o que inseri para atender as necessidades das crianças/profissionais? O que preciso para manejar o espaço, materiais e tempo a fim de ampliar e dar continuidade às propostas do segundo semestre? O que foi possível conhecer sobre as crianças e quais intervenções podem apoiar as aprendizagens no segundo semestre? | Os registros deram visibilidade e serviu para orientar as ações desenvolvidas até o momento? O que posso fazer para potencializar as observações e registros incluindo olhar das crianças? Qual foi a forma possível de registrar as práticas pedagógicas? O que funciona para você? |
Este é um convite para você refletir sobre as iniciativas tomadas e botar reparo para replicar as bem sucedidas.
Por que algumas iniciativas foram bem sucedidas? O que explica o sucesso delas? Quais foram as dificuldades e o que fez para superá-las?
Não são reflexões simples, e portanto devem ser pensadas por toda equipe. Não se trata de olhar para a dificuldade ou procurar um responsável pelo o que deu certo e o que deu errado, mas sim, olhar para cada contexto considerando os avanços e os percalços.
Importante não ficar somente no âmbito das ideias… então mãos à obra para deixar suas pegadas nos próximos 6 meses!
Olhe o que separamos para você
MEC – Indicadores da Qualidade na Educação Infantil
SMESP – Indicadores de qualidade da Educação Infantil Paulistana – versão final
REVISTAS – Infância latinoamericana Português Archives – Rosa Sensat
OSTETTO, Luciana Esmeralda(Org.). Registros na Educação Infantil – Pesquisa e prática pedagógica. Papirus Editora. Sinopse “Ao abordar diferentes modalidades e práticas de registro na educação infantil, articulando conceitos e contextos implicados na documentação pedagógica, o livro dá visibilidade aos percursos de uma pesquisa-formação trilhada no movimento contínuo da escuta – compreendida como disposição, abertura e sensibilidade para reconhecer o outro, sua voz, sua expressão e sua identidade. Isso possibilita acolher e ser acolhido. Nascidas do diálogo entre universidade e instituição de educação infantil pública, as narrativas traçadas aqui resultam do exercício da observação, do registro e da reflexão sobre a ação educativa cotidiana, projetada e vivida com crianças de dois a cinco anos. Experiências, projetos, histórias de tempos, espaços e relações tecidas na docência, na gestão e na coordenação pedagógica revelam, por meio da prática do registro, diferentes saberes, múltiplas formas de pensar, organizar e fazer educação infantil, afirmando o protagonismo das crianças.”