É sempre oportuna a discussão sobre as questões que envolvem a organização do Projeto Político Pedagógico – PPP na Educação Infantil e os desafios a serem enfrentados para tornar possível cada ação desse projeto educacional.
O que não pode faltar no PPP? Finalidade, princípios, proposta pedagógica e participação. É necessário que todos colaborem, concordem com o que está sendo proposto e assumam seus papéis na materialização das ações propostas para cada temporada do ano. Só assim se tornará real, e acima de tudo exequível.
Planejar significa projetar algo a ser executado, é uma ação intencional, um compromisso assumido, um caminhos a seguir para o progressivo desenvolvimento do processo educativo em cada instituição.
Saber definir o que é o PPP e o que ele não é, também contribui para uma construção eficaz.
Ele é uma bússola, um porto seguro, lugar para ancorar dúvidas, protocolos, respostas ainda que em construção e, as certezas até o momento já construídas.
Ele não é a junção de vários documentos, um documento utilitário ou realizado pela exigência da lei. Não deve ficar guardado, ser desconhecido ou realizado fora do alcance e dos saberes de todos os envolvidos.
Para auxiliar na tomada de decisões que serão assumidas, na intencionalidade do fazer, e na coerência entre a teoria e a prática, propomos algumas reflexões sobre itens que estão presentes no PPP e que dão sentido no registro das intenções, concepções e proposta pedagógica:
Princípios: são diretrizes, direitos e valores que se constituem como fundamentos para a ação pedagógica.
Aprendizagem e desenvolvimento: conhecimento que contribui para as escolhas sobre o que e como bebês e crianças aprendem, entendendo o desenvolvimento infantil como um processo, de acordo com as características e necessidades de cada idade.
Interações: eixo estruturante que se dá nas relações entre as crianças, com os adultos, com os materiais promovendo ações de cuidado, respeito e conhecimento.
Papel do professor/educador: ser professor/educador de crianças é se colocar numa posição de aprendente, pesquisador, observador das ações infantis, ter uma escuta atenta e cuidar para que as relações sejam respeitosas na garantia dos direitos dos bebês e crianças.
Documentação pedagógica: são memórias para adultos e crianças, reflexões formativas e visibilidade do processo educativo, seja por meio de planejamento, portfólios e avaliação.
Organização dos espaços: Planejamento com intencionalidade dos espaços internos e externos que vão se constituindo como ambientes educadores e contextos de aprendizagem.
Organização do tempo: rotinas e horários que respeitem os ritmos das crianças e promovam boas experiências, em diferentes linguagens.
Materialidades: diversidade, quantidade e qualidade de materiais.
E não esqueça, toda reflexão deve envolver a equipe pedagógica, as famílias e escuta atenta das crianças, pois, é um registro da memória do trabalho pedagógico desse grupo, que revela as ideias, intenções e as escolhas assumidas. Por isso, mais importante que chegar ao fim é viver o processo.
Desejamos uma caminhada de sucesso!
Olhe o que separamos para você
VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília. As dimensões do Projeto Político Pedagógico. Novos desafios para a Escola. Texto 2, “Projeto Político Pedagógico: novas trilhas para a escola”. Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2001.