De acordo com o Dicionário Aurélio, acolher significa oferecer ou obter refúgio, proteção ou conforto físico, abrigar, amparar.
Nos Projetos Pedagógicos voltados à infância, é comum aparecer a proposta de acolhimento de forma pontual como período de adaptação/acolhimento. Certamente, sabe-se que toda prática deve ser acolhedora. Eis um paradoxo!
Toda instituição que se diz acolhedora deve abraçar as necessidades, as vontades, os interesses das crianças, suas preferências. Negociar as necessidades coletivas e as necessidades individuais.
Será que de fato as instituições dão conta da grandeza desse gesto? Estão sendo acolhedoras e desenvolvendo práticas acolhedoras?
Mas como podemos definir uma prática acolhedora?
E se trocarmos o termo prática acolhedora por prática que dê colo, abrigo e refúgio, conforto e proteção? Como acolher uma criança que chora? Que precisa ir ao banheiro? Como ouvir e abrigar de modo protetor essa necessidade fisiológica que vem tão repentinamente e de modo repetitivo? Como compor a refeição da criança de modo estético, compreender a sua saciedade e ajudá-la a se alimentar? Há o entendimento que esse lugar é educativo e (principalmente para quem atende a primeira infância), que se trata de currículo e afeto e não apenas cuidado?
Essa pauta deve estar no cerne de toda prática educativa uma vez que trata-se de um direito, o que significa colocar todos os bebês e crianças em igualdade de condições, sem qualquer tipo de discriminação no atendimento.
Escutar, abrigar, proteger e confortar são conteúdos que alicerçam qualquer situação numa relação cuidadosa de desenvolvimento infantil, e deve predominar especialmente nos momentos que possam surgir dúvidas sobre o que fazer em relação às ações que envolvam bebês, crianças e adultos.
As incertezas e questionamentos podem estar atreladas no quanto sabe-se sobre o que é ser um adulto atento às relações de afeto, educação e cuidado que devem estar presentes nas práticas acolhedoras para o desenvolvimento e boas aprendizagens dos bebês e crianças.
Levantar prioridades e demandas para o ACOLHER – pode evitar que essa temática seja vista como uma ação intuitiva, mas entendida como aperfeiçoamento pessoal/profissional, – como:
Esperamos que essa breve conversa nos aproxime das respostas às velhas perguntas ainda em voga no atendimento infantil – Deixa a criança chorar? Deixa a criança sozinha? Pode pegar no colo? Troca a fralda outra vez? Precisa comer sem vontade? Preciso ajudar na higiene da criança que já usa o banheiro sozinha?
Este é um assunto que não se esgota aqui, certamente continuaremos essa conversa no Cais.
Olhe o que separamos para você
Convenção sobre os Direitos da Criança – A Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1989, é o principal tratado internacional que reconhece os direitos das crianças.
PRÁTICAS COTIDIANAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL – Bases para a reflexão sobre as orientações curriculares
Entre adaptar-se e ser acolhido – Instituto Avisa Lá
Rituais de Passagem – Instituto Avisa Lá
O Retorno Damaris Gomes Maranhão – Enfermeira especialista em Saúde Pública, Mestre em Enfermagem Pediátrica, Dra. em Ciências da Saúde. Professora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, Consultora, formadora da equipe de Saúde do Instituto Avisa Lá e Consultora do Ceduc.