Davi, 10 meses – acervo pessoal

A leitura para bebês é uma importante forma de interação e coloca o adulto no papel de incentivador, cuja primeira ação é acreditar que essa é uma experiência que faz sentido para os pequenos também. Quando lemos nos colocamos à disposição, antes, durante e depois de ler. Esses momentos – antes de ler, durante a leitura e após a leitura, são complementares e permeados de significados. A  relação com o livro, considerando o seu conteúdo escrito, as imagens, o modo de manuseá-lo, é indicado pelo leitor mais experiente.

Que delícia ver todo esse movimento corporal e ao mesmo tempo vê-lo estar tão atento. Quando ouve uma história, o bebê apreende o som da palavra, ou seja, primeiro aprende a sonoridade da palavra, para depois atribuir um significado.  Esse processo poético é apreendido por ele, por meio do corpo. Não estamos falando aqui apenas do ato de ouvir, de direcionar o olhar, mas de como seu corpo se move e é atraído para essa experiência, com mãos, pés, jogando-se ao encontro do leitor, observando como sua boca se move acompanhando àquele que lê, ora com balbucios, repetição de vogais e sílabas finais das palavras, ora apenas com o mexer dos lábios; muitas vezes saboreia, literalmente, o livro! 

Algumas ideias de como criar um bom vínculo afetivo para esse momento e manter o interesse do bebê ao ler um livro:

• Convidar para um colinho, se aceito, pode deixar esse momento mais acolhedor. Caso não aceite, deixe-o escolher onde e como estará mais confortável;

• Ler num tom normal de voz, nem alto, nem baixo e numa velocidade também normal, observando quando parar mais em uma página ou outra conforme curiosidade demonstrada pelo bebê;

• Dramatizar os diálogos, com entonações de voz diferentes, cadência das palavras, gesticulação e expressão facial convincentes sempre agrada os pequenos;

• Quando oportuno fazer comentários e apontar com o dedo imagens e ilustrações contidas na história e, sempre incentivá-la a tocar também, principalmente quando houver texturas ou dobraduras na página;

• Encorajar a sua participação na continuidade da história, mas nunca forçá-lo que permaneça até o final ou mesmo manter-se no mesmo lugar e posição até terminar a história;

• Respeitar as preferências e escolhas da leitura, desde muito cedo os bebês dão esses indícios, quando habituados a uma experiência literária;

• As repetições no texto agradam os pequenos e chamam a sua atenção quando alcançam essa parte na história. Também será muito comum ele pedir repetidas vezes a leitura de uma história que lhe causou encantamento. 

Não há o melhor livro… mas há o melhor jeito, a melhor interação e o melhor contexto criado. Quando o bebê gosta da experiência leitora vivida, você vai se surpreender em como ele sabe chamar a sua atenção em relação ao que foi lido. Basta estar atento.

Olhe o que separamos para você 

Baroukh,J.A.;Carvalho,A.C. Ler antes de saber ler, oito mitos escolares sobre a leitura literária. Panda Educação. 2018.